Del Castillo expressou sua preocupação com a tentativa de transformar a nação boliviana de um país de trânsito de drogas em um grande produtor de entorpecentes, enfatizando que essa é uma questão que precisa ser enfrentada com urgência. Para embasar suas afirmações, o ministro apresentou um mapa detalhado com cerca de 1.804 apreensões de fábricas de drogas desde o ano de 2020, sendo a maioria delas localizadas em Chapare.
Essa admissão do governo sobre a destruição dos laboratórios evidencia a pressão enfrentada tanto a nível nacional quanto internacional para lidar com o problema do tráfico de drogas. Além disso, também revela as tensões existentes dentro do partido Movimento ao Socialismo (MAS), liderado pelo presidente socialista Luis Arce, e seu principal oponente, Evo Morales.
Morales, um ex-líder sindical de produtores de coca em Chapare, possui uma forte influência política na região e, por muitas vezes, suas medidas em relação à política antidrogas divergem das propostas do atual governo. As diferenças entre os dois líderes têm gerado atritos internos dentro do partido e dificultado ainda mais a busca por uma solução efetiva para o combate ao tráfico de drogas.
A pressão internacional sobre a Bolívia nesse sentido tem se intensificado, uma vez que o país é considerado um importante corredor para o tráfico de drogas na região. Os países vizinhos, principalmente o Brasil, têm expressado grande preocupação com a situação e têm buscado formas de colaboração para enfrentar esse desafio.
Diante desse cenário, o governo boliviano está intensificando seus esforços para combater o narcotráfico, fortalecendo as ações de destruição dos laboratórios de produção de drogas e ampliando a cooperação com outros países. No entanto, as divergências políticas internas e a influência de Morales ainda se apresentam como obstáculos a serem superados nessa luta pela redução do tráfico e do consumo de drogas ilícitas.
Resta acompanhar de perto os desdobramentos dessa questão e as medidas adotadas pelo governo boliviano para enfrentar esse desafio, levando em consideração não apenas a pressão internacional, mas também as demandas e expectativas da população boliviana.