O levantamento intitulado “Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único” analisou os dados referentes a outubro de 2023 do Cadastro Único, que reúne informações sobre famílias de baixa renda no país (com renda mensal per capita de até R$ 660). Neste contexto, verifica-se que cerca de 10 milhões de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos (55,4%) estão enquadradas nessa categoria de baixa renda.
O estudo também revelou que 43% dos responsáveis pelas famílias com crianças nessa faixa etária não possuem uma fonte de renda fixa, sendo o Bolsa Família a principal fonte de renda para 83% dessas famílias. Além disso, observou-se que três em cada quatro famílias com crianças pequenas são chefiadas por mães solteiras, a maioria delas pardas e com idades entre 25 e 34 anos.
No que se refere ao perfil das crianças em situação de vulnerabilidade, o estudo apontou que 11,1% são indígenas, 6,7% são quilombolas e 0,2% vivem em situação de rua. A importância do Bolsa Família como instrumento de redução das desigualdades no país foi destacada pela secretária Nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, que ressaltou a relevância do Benefício Primeira Infância como uma iniciativa crucial para sensibilizar gestores e a população sobre a importância desta fase na vida das crianças.
Por fim, o estudo também analisou as diferenças regionais no acesso aos programas de assistência social, destacando a existência de desigualdades entre as regiões do país. O Nordeste e o Norte apresentam índices elevados de crianças na primeira infância registradas no Cadastro Único, enquanto no Sudeste metade das crianças nessa faixa etária estão inscritas no programa. A necessidade de políticas integradas e a utilização do Cadastro Único como uma ferramenta importante para a equidade social foram ressaltadas pela diretora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Mariana Luz.
Os dados revelados por este estudo reforçam a importância dos programas de assistência social, como o Bolsa Família, na redução das desigualdades e no combate à pobreza infantil no Brasil, ressaltando a necessidade de ações urgentes e integradas para garantir um futuro mais digno e justo para as crianças do país.