Adda Di Guimarães: a trajetória da grande incentivadora da leitura que marcou a cultura do Rio de Janeiro.

A vida de Adda Di Guimarães foi marcada por sua paixão pela leitura e pela cultura, elementos que a tornaram uma figura icônica no cenário cultural do Rio de Janeiro. Nascida em Goiânia em 1949, ela era a caçula de sete irmãos e teve sua veia artística herdada de sua madrinha, a renomada poetisa Cora Coralina.

Com a graduação em sociologia pela UnB (Universidade de Brasília), Adda viajou para Paris e Nova York, onde aprimorou seus conhecimentos em idiomas locais. De volta ao Brasil, casou-se com Caio Afonso de Almeida e tiveram dois filhos, Caio Afonso de Almeida Filho e Cleo Guimarães, a qual é editora do portal F5 da Folha.

No período de 1989 a 1996, Adda comandou o sebo Alpharrabio em Ipanema, local que se tornou um importante ponto cultural na vida da cidade. Ruy Castro lançou a biografia de Nelson Rodrigues no sebo, enquanto a cantora Adriana Calcanhotto se apresentou no local no início de sua carreira. Além disso, foram realizadas exposições de fotos antigas de Augusto Malta e leilões.

Após o sebo, em 2004, Adda montou uma banca especializada em revistas antigas, A Cena Muda, com aproximadamente 10 mil títulos. Sua rotina sempre foi marcada pelo incentivo à leitura, especialmente entre crianças, distribuindo revistas em quadrinhos para os pequenos visitantes.

A morte de Adda, aos 75 anos, deixou um vazio no cenário cultural do Rio de Janeiro. Sua banca foi considerada um patrimônio imaterial da cidade pela Prefeitura e nos últimos anos, ela fornecia revistas e fotos antigas para cenários de programas da TV Globo e peças de teatro. Sua presença acolhedora e alegre era lembrada por todos que a conheciam, e seu legado permanecerá vivo através de seus filhos e netos.

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