Os agentes da PF apreenderam diversos itens relacionados ao comércio ilegal de cogumelos, incluindo os próprios cogumelos, esporos, materiais para cultivo e embalagem. As ordens judiciais foram emitidas pela 3ª Vara Especializada de Tóxicos e Organizações Criminosas da Comarca de Belo Horizonte.
Batizada de Operação Hoffman, a ação faz referência ao químico Albert Hoffman, responsável por sintetizar o LSD, uma droga alucinógena. Segundo a PF de Minas Gerais, foi identificado um site que comercializava cogumelos contendo psilocibina, uma substância proibida no Brasil de acordo com a portaria 344 do Ministério da Saúde, de 1998.
A psilocibina está classificada na categoria F2 de psicotrópicos proscritos, juntamente com outras substâncias como a mescalina e o THC, presente na maconha. Apesar de a substância alucinógena ser proibida, o cogumelo Psilocybe cubensis, que a contém, não está na lista de substâncias proibidas, o que gera diferentes interpretações sobre a legalidade da venda do fungo.
Os envolvidos na operação podem enfrentar pena de até 15 anos por tráfico de entorpecentes, caso sejam condenados. Além de ser utilizado como entorpecente, a psilocibina também está sendo estudada por instituições de pesquisa como uma terapia experimental contra transtornos mentais.
Em alguns estados dos EUA, como Oregon e Colorado, a substância foi legalizada em contextos clínicos. No Brasil, o Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais da UFCG, na Paraíba, obteve uma permissão especial da Anvisa em 2022 para realizar estudos com psilocibina.






