Os bombeiros divulgaram um relatório preliminar, que foi vazado nesta semana e possui data de 18 de agosto, revelando que a explosão teve como epicentro a sede da Vidal Plast. O documento aponta que na empresa havia acúmulos de gases e materiais inflamáveis, que, combinados com faíscas, ignição, calor ou fricção, podem ter causado a ativação da explosão. Essa descoberta levantou sérias questões sobre a segurança das instalações e os procedimentos adotados pelos proprietários.
Além disso, os bombeiros ressaltaram que já havia sido registrado um relatório em março, indicando a presença de vapores na Vidal Plast. Durante a inspeção, foi encontrada uma substância chamada peróxido orgânico, a qual requer um armazenamento em temperaturas inferiores a 20ºC. Esse produto é altamente reativo a mudanças de temperatura, faíscas e umidade. Por conta disso, a empresa havia sido notificada para a retirada desse material.
A área comercial de San Cristóbal, onde ocorreu a explosão, estava sendo desocupada para a construção de um estacionamento municipal. A detonção destruiu quatro edifícios e danificou outros nove imóveis. O MP (Ministério Público) informou que até o momento 15 corpos foram identificados e entregues às famílias. No entanto, ainda há 22 cadáveres em processo de identificação, alguns deles carbonizados.
Essa tragédia levanta uma série de questionamentos sobre a segurança e a fiscalização das empresas no país. O fato de a Vidal Plast operar com materiais inflamáveis e que requerem cuidados especiais, mas não ter adotado medidas adequadas de armazenamento e segurança, é motivo de preocupação. A prisão dos proprietários e a investigação em andamento vão ajudar a esclarecer os responsáveis por essa explosão devastadora, bem como trazer à tona a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa para evitar novas tragédias desse tipo no futuro.