Projeto de lei na França quer proibir ‘poluentes eternos’ presentes em objetos do cotidiano, alerta imprensa nacional

A Assembleia Nacional francesa está no centro das atenções nesta quinta-feira (4) com a análise de um projeto de lei polêmico apresentado por deputados ecologistas. A proposta visa proibir os chamados ‘poluentes eternos’, substâncias sintéticas amplamente utilizadas pela indústria e presentes em diversos objetos do cotidiano, como utensílios de cozinha, embalagens e roupas. Os “Pfas”, sigla para “per e polifluoralquiladas”, são substâncias que se dispersam no meio ambiente e podem levar séculos para se degradar.

O tema ganhou destaque na imprensa francesa, com dois dos principais jornais do país, Le Parisien e Libération, estampando a questão em suas manchetes. O Le Parisien destaca os impactos negativos desses químicos no sistema hídrico, especialmente em cidades próximas de indústrias como a fabricante de panelas Tefal, conhecida por utilizar Pfas em seus produtos com revestimento antiaderente de teflon. A fábrica da marca em Rumilly, nos Alpes franceses, virou palco de discussões acaloradas sobre o assunto.

De acordo com o Le Parisien, os Pfas são compostos por “cadeias de carbono-flúor, uma das combinações químicas mais resistentes e de difícil degradação, persistindo no meio ambiente por séculos, podendo chegar até milênios”. Estudos científicos alertaram para os riscos à saúde causados por essas substâncias, incluindo a associação com cânceres e danos aos sistemas reprodutivo e imunológico.

A discussão em torno do projeto de lei que busca proibir os ‘poluentes eternos’ promete ser acalorada na Assembleia Nacional, com vozes a favor e contra levantando argumentos sobre os impactos econômicos e ambientais da medida. O resultado dessa votação terá repercussão não apenas na França, mas também poderá influenciar ações em outros países que buscam regular o uso de substâncias prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.

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