Nascida em 1943 no povoado de Gety, hoje parte da cidade de Curimatá, no Piauí, Lair deixou sua cidade natal para estudar biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco, onde iniciou uma extensa trajetória acadêmica. Seu interesse por doenças sexualmente transmissíveis a levou a fazer uma tese de mestrado sobre clamídia e a realizar uma pós-graduação no Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos.
Após retornar ao Brasil, Lair assumiu em 1986 o desafio de comandar as ações de enfrentamento ao HIV, em um momento em que as taxas de infecção estavam em ascensão no país. Sua gestão foi marcada pela implementação de ações importantes para prevenção e tratamento da doença, como a distribuição gratuita de preservativos e a introdução dos primeiros medicamentos retrovirais pelo SUS.
Apesar das críticas e desafios enfrentados, Lair continuou na luta contra o estigma da Aids e dirigiu o programa por uma década, permanecendo em seu cargo mesmo com a troca de governantes. Somente em 1996, após um acidente de carro que a deixou entre a vida e a morte, Lair se viu obrigada a se afastar da saúde pública.
Sua contribuição no combate à Aids nunca foi esquecida, e em 2004 seu nome foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Lair faleceu em março deste ano, deixando um legado de dedicação e compromisso com a saúde pública. Sua história é inspiradora e seu trabalho foi fundamental para mudar a realidade da epidemia de Aids no Brasil. A memória de Lair Guerra permanece viva e é um exemplo de resiliência e determinação para as futuras gerações.