O relatório, que foi elaborado a partir das informações preenchidas no sistema federal eSocial por 49.587 empresas com 100 ou mais funcionários, revela a realidade remuneratória dos trabalhadores em diferentes setores e regiões do país. Além disso, o documento também aponta a existência de diferenças salariais significativas entre mulheres e homens em cargos de liderança, chegando a 25,2%.
Outro ponto de destaque do relatório é a análise da remuneração por raça/cor, que mostra que as mulheres negras são as mais prejudicadas, recebendo em média 68% do valor pago aos homens não-negros. Essa discrepância também se reflete nos salários iniciais, onde as mulheres negras recebem 82% do valor médio pago aos homens não negros.
No aspecto dos critérios remuneratórios adotados pelas empresas, o relatório aponta que características como proatividade, capacidade de trabalhar em equipe e tempo de experiência são mais valorizadas nos homens do que nas mulheres. Essa diferença é atribuída à interrupção no tempo de trabalho das mulheres devido à maternidade e aos cuidados com a família.
Diante desses dados alarmantes, a lei da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada em 2023, assume um papel fundamental. A legislação exige que as empresas com 100 ou mais empregados divulguem regularmente informações sobre a transparência salarial e estejam em conformidade com as medidas para mitigar as desigualdades salariais injustificadas.
Por fim, o Ministério das Mulheres destaca a importância da divulgação do relatório de transparência salarial publicamente, visando conscientizar a sociedade sobre a urgência de eliminar as disparidades de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Medidas como a elaboração de um Plano de Ação para Mitigação da Desigualdade Salarial e a disponibilização de canais para denúncias de desigualdade salarial são essenciais para promover a igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho.