O posicionamento mais flexível do jornal em relação às drogas não é recente. Em 2014, o New York Times defendeu a descriminalização da maconha nos EUA, argumentando que, assim como o tabaco e o álcool, a legalização nacional seria mais benéfica do que a proibição. Mesmo uma década depois, o uso de cannabis ainda é proibido em nível federal nos Estados Unidos.
A revista The Economist, por sua vez, há décadas advoga pela descriminalização das drogas, argumentando que a proibição causa danos especialmente aos países pobres e aos mais vulneráveis nas nações ricas. Em um editorial de 2001, a revista citou o exemplo da Colômbia, onde o tráfico de drogas sempre representou uma ameaça à estabilidade do Estado.
No entanto, apesar do apoio histórico à descriminalização, um artigo recente da The Economist apontou que o entusiasmo pelas políticas de flexibilização está diminuindo em diversos países da Europa, incluindo Portugal. O cenário de pobreza e imigração tem levado a um aumento no consumo de drogas em áreas urbanas, desafiando as políticas de descriminalização.
Nos Estados Unidos, o governo Biden aumentou os investimentos em políticas de controle de drogas, com foco em tratamento e prevenção. No entanto, a legislação ainda impede a existência de locais de uso seguro de drogas, uma prática comum em países europeus. A discussão sobre a legalização das drogas continua sendo um tema complexo e controverso em todo o mundo, com argumentos a favor e contra cada vez mais presentes na agenda pública.