Essa pesquisa, baseada em dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e do MEC (Ministério da Educação), analisou o percurso escolar da população nascida entre 2000 e 2005, revelando um cenário de irregularidade na conclusão da educação básica em todo o país. Esse problema é ainda mais significativo entre os alunos mais pobres, com deficiência, indígenas, negros e do sexo masculino.
Os resultados apontam que 48% dos alunos não conseguem concluir o ensino fundamental no período esperado e 59% não terminam o ensino médio na idade certa. Especialistas destacam que os problemas educacionais no país se iniciam nos primeiros anos escolares, especialmente no ensino fundamental, do 6º ao 9º ano.
Além disso, a pesquisa ressalta as desigualdades educacionais no Brasil. Enquanto 69% dos estudantes de maior nível socioeconômico concluem o ensino fundamental na idade certa, apenas 38% dos mais pobres conseguem fazê-lo. As desigualdades raciais e de gênero também são evidenciadas, com índices mais baixos de conclusão entre negros, pardos, pretos e indígenas em comparação com os estudantes brancos.
A pesquisa também destaca a necessidade de melhorias na política de educação especial, visto que apenas 22% dos estudantes com deficiência concluem o ensino fundamental dentro do prazo esperado. Diante desses dados alarmantes, há uma urgente demanda por políticas públicas que promovam a regularidade e a qualidade na educação brasileira. A discussão sobre o currículo do novo ensino médio e outras iniciativas se torna imprescindível para reverter esse cenário preocupante.