Bolsonaro e aliados se mantêm em silêncio após revelações de ex-comandantes militares, mas preparam defesa para acusações de golpe.

Na última sexta-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos e jurídicos decidiram adotar o silêncio como estratégia para lidar com os desdobramentos dos recentes depoimentos dos ex-comandantes militares de seu governo. Enquanto a poeira levanta, o grupo já prepara um discurso de defesa, que se baseia na ideia de que as discussões sobre alternativas jurídicas e políticas para questionar as eleições de 2022 não passaram de meros debates.

De acordo com os bolsonaristas, Bolsonaro nunca assinou a minuta do golpe que chegou a ser debatida, tampouco deu ordens para que tropas fossem às ruas. Portanto, alegam que não há provas concretas de que o ex-presidente tenha tentado dar um golpe para se manter no poder. Embora ele possa sofrer consequências políticas e eleitorais, seu grupo acredita que juridicamente a acusação não se sustentaria.

No entanto, a narrativa de que a democracia não foi subvertida foi comprometida após os depoimentos dos ex-comandantes à Polícia Federal, divulgados na sexta-feira. O general Freire Gomes confirmou que Bolsonaro apresentou a minuta golpista aos chefes das Forças Armadas em dezembro de 2022 e que ele e o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, se posicionaram contra o plano de golpe.

Diante desses desdobramentos, a defesa de Bolsonaro parece cada vez mais frágil. A acusação de tentativa de golpe ganha força com os depoimentos dos ex-comandantes militares, colocando em xeque a versão de que tudo não passou de um simples debate. O cenário político brasileiro segue turbulento, com repercussões que podem se estender para além do campo jurídico.

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