Theóphilo, que chefiou o Comando de Operações Terrestres (Coter) até dezembro de 2023, confirmou que teve três encontros com Bolsonaro, mas negou que as discussões tenham envolvido a minuta do golpe, operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou a decretação de Estado de Defesa ou de sítio no país.
Durante o depoimento, o general permaneceu em silêncio quando questionado sobre o motivo da reunião realizada em dezembro de 2022. Segundo a PF, nesse encontro, Bolsonaro teria solicitado ajustes na minuta do golpe elaborada pelo governo. Theóphilo alegou que preferiu não responder às perguntas dos investigadores por não ter o contexto completo das conversas.
Além disso, Theóphilo afirmou que participou da reunião a pedido do general Freire Gomes, então comandante do Exército. No entanto, Gomes desmentiu essa afirmação em seu depoimento à PF.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator das investigações, decidiu retirar o sigilo de todos os depoimentos relacionados à operação que investiga a tentativa de golpe por parte de Bolsonaro. A divulgação desses depoimentos permitirá uma maior transparência e possibilitará uma análise mais ampla sobre o caso.
O depoimento de Theóphilo e as informações reveladas nesse inquérito são de extrema relevância para o entendimento dos acontecimentos políticos no final do governo Bolsonaro e para a investigação de possíveis condutas ilegais por parte das autoridades envolvidas.