Professores de São Paulo entram em greve por melhores salários e condições de trabalho, afetando cerca de 20% das escolas.

Professores da rede municipal de São Paulo entraram em greve nesta quinta-feira (14) em busca de um aumento salarial e melhorias na progressão de carreira e nas condições de trabalho. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) propôs um reajuste de 2,16% no piso da categoria, o que desencadeou a paralisação de aproximadamente 20% dos docentes, em meio a uma rede que conta com cerca de 72 mil professores e 741 mil alunos.

De acordo com os sindicatos, a greve afeta cerca de 3% das 1.500 escolas municipais, embora a prefeitura tenha divulgado uma porcentagem menor. Além do reajuste salarial, os professores reivindicam a incorporação de 39% do valor pago como abono complementar ao salário, visando o fim do pagamento por subsídio.

Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal), destaca a importância de garantir a progressão na carreira e a valorização dos docentes. Uma das principais demandas dos professores é a mudança nas regras da reforma previdenciária, que impactou a contribuição dos aposentados.

Outro ponto relevante na pauta da greve é a busca por melhores condições de trabalho, em especial na educação especial para alunos com deficiência. Os professores denunciam a falta de suporte e recursos adequados para lidar com o aumento de casos de transtornos nas escolas, o que tem gerado sobrecarga e desgaste aos profissionais.

Norma Lúcia dos Santos, presidente do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo), ressalta a necessidade de garantir as condições adequadas para a inclusão e desenvolvimento de todas as crianças, destacando que a falta de recursos tem prejudicado o trabalho dos professores.

Diante da greve dos professores, a Prefeitura de São Paulo propôs um reajuste de 2,16% para todos os servidores municipais, incluindo benefícios como vale-alimentação e auxílio-refeição. A proposta para os professores que recebem o piso salarial foi de 3,62%, além da antecipação do pagamento do Prêmio de Desempenho Educacional (PDE).

A prefeitura informou que mantém diálogo com as entidades sindicais para atender às demandas dos professores, mas não se pronunciou diretamente sobre as reivindicações por melhores condições de trabalho. A greve dos professores representa um desafio para a gestão municipal, que precisa negociar para garantir um retorno equilibrado à rotina educacional na cidade de São Paulo.

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