Mansur é um dos investigados pela PF e pelo Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Amazonas. A Procuradoria-Geral de Justiça pediu o cumprimento de mandado de busca e apreensão no endereço do general, e a PF cumpriu 16 mandados de busca autorizados pela Justiça.
Durante o cumprimento do mandado, Mansur foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. A Secretaria de Segurança Pública divulgou uma nota à imprensa comunicando o afastamento do general do Exército do cargo de secretário, com o objetivo de não interferir nas investigações coordenadas pelo Gaeco e pela Polícia Federal.
A nota também informou que servidores efetivos investigados foram afastados das funções, e os comissionados foram exonerados, assim como o secretário. O governo do Amazonas afirmou que está auxiliando nas investigações, fornecendo todas as informações necessárias, e não compactua com irregularidades ou atos ilícitos cometidos por servidores públicos.
A operação Comboio, deflagrada nesta terça-feira, envolveu integrantes da alta cúpula da segurança pública no Amazonas. Além da busca e prisão do secretário, foram feitas buscas em dois gabinetes da SSP em Manaus, em Apuí (AM) e no estado de São Paulo.
De acordo com o Ministério Público e a PF, havia hierarquia e comando, com envolvimento de agentes de segurança pública, na suposta organização criminosa dedicada à extorsão. Comboios de carros e viaturas da secretaria eram utilizados para extorquir grupos associados ao tráfico. Uma organização criminosa atuava dentro da SSP para angariar dinheiro e evitar ser descoberta.
Policiais civis e militares que fazem parte da cadeia de comando da secretaria estão entre os investigados por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. A investigação apontou que eles faziam uso de informações privilegiadas para abordar organizações criminosas e se apropriar de produtos do crime. Uma empresa foi utilizada para arrecadar recursos, carros e caminhonetes da secretaria foram usados na extorsão e um posto serviu para a arrecadação de dinheiro de forma ilícita.
As investigações continuam para apurar os detalhes desse esquema criminoso, e o governo do Amazonas está colaborando com as autoridades para garantir que todos os responsáveis sejam punidos. A demissão do general Mansur demonstra o compromisso do governador Wilson Lima em combater a corrupção e garantir a integridade das instituições e da segurança pública no estado.