PF prende intermediário de assassinato de Dorothy Stang por crimes ambientais e grilagem de terras.

Na terça-feira (29), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra grupos suspeitos de grilagem e desmatamento na Amazônia e conseguiu prender preventivamente Amair Feijoli, condenado por intermediar o assassinato da missionária Dorothy Stang. Feijoli é suspeito de grilagem e ocupação ilegal de áreas nos estados do Amazonas e Acre, e foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão.

O crime que culminou na condenação de Amair Feijoli aconteceu em 2005, quando a missionária Dorothy Stang foi morta em uma emboscada com seis tiros, no Pará. Stang, uma missionária norte-americana naturalizada brasileira, tinha 73 anos e era agente da CPT (Comissão Pastoral da Terra). Ela foi assassinada enquanto se dirigia a uma reunião de agricultores em Anapu, onde atuava em prol dos agricultores de terras na região.

A execução de Dorothy Stang ocorreu em um contexto de intensa grilagem e disputa fundiária na Amazônia, uma realidade que persiste até os dias atuais. Feijoli, que atuou na intermediação entre mandantes e pistoleiros, foi condenado a 18 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. Agora, ele foi preso devido à atuação de grupos ligados à grilagem de terras.

A Operação Terra Prometida, realizada pela PF, mirou uma organização criminosa suspeita de desmatamento, invasão de terras públicas, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. As investigações tiveram início com denúncias de trabalhadores extrativistas de uma floresta estadual na região de Sena Madureira, no Acre, que relataram desmatamento e ameaças feitas por posseiros. O prejuízo ambiental estimado pela PF é de R$ 18 milhões, com um desmatamento equivalente a 598 campos de futebol.

Outra operação realizada pela PF, denominada Xingu, teve como alvos um grileiro, dois pecuaristas e um técnico de georreferenciamento. Eles atuavam para legalizar imóveis junto ao Incra e ao CAR, órgãos responsáveis pela regularização fundiária. Os crimes ocorreram entre Boca do Acre e Lábrea, no sul do Amazonas, e o desmatamento atingiu 800 hectares, com um prejuízo calculado em R$ 17 milhões.

Além de Amair Feijoli, a PF também investiga o filho dele, que possui um mandado de prisão por tentativa de homicídio. Segundo a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de associação a organização criminosa, invasão de terras públicas, desmatamento, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.

As operações realizadas recentemente pela Polícia Federal demonstram o compromisso das autoridades em combater a grilagem e o desmatamento ilegal na Amazônia, crimes que têm impactos negativos para o meio ambiente e para as comunidades locais. O trabalho da PF juntamente com os demais órgãos competentes é fundamental para garantir a preservação da maior floresta tropical do mundo e promover a justiça social na região.

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