Segundo Maria Izaltina, a juíza estaria tentando coagir os quilombolas a saírem das terras, atrasando o processo de titulação do território, pois possui terras na região. Em resposta, Rosivan Machado alega ser proprietária de um sítio herdado do pai em Brejão e afirma ter contestado o processo de reconhecimento da área como quilombo junto ao Incra.
A juíza alega ter participado de audiências públicas realizadas no município de Brejo Grande, demonstrando respeito à vontade e à história da comunidade. Ela também enfatiza ter uma relação harmoniosa com os moradores locais e não acreditar ter inimigos ou conflitos com eles.
O processo contra Rosivan Machado tramita em sigilo e está em fase de instrução, aguardando decisão sobre arquivamento ou julgamento. O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que as investigações continuam em andamento e que a liderança quilombola foi incluída no Programa Federal de Proteção de Defensores de Direitos Humanos.
Brejão dos Negros é uma das quatro comunidades quilombolas do município, e a certidão de autorreconhecimento foi emitida pela Fundação Cultural Palmares em 2006. No entanto, o processo de titulação estava parado no Incra até novembro do ano passado.
Relatórios da Câmara dos Deputados em 2011 apontaram denúncias dos quilombolas contra latifundiários e a juíza, relatando apropriação ilegal das terras, ameaças a funcionários do Incra e a articulação da magistrada em defesa da propriedade privada.
As acusações contra Rosivan Machado incluem a tentativa de coagir quilombolas para renegar sua condição de remanescentes, além de promover intimidação, ameaças e guerra psicológica contra a comunidade. A juíza nega tais acusações e afirma jamais ter feito declarações nesse sentido.
Em meio a essas acusações e tensões, o processo continua em andamento, enquanto a comunidade de Brejão dos Negros busca garantir seus direitos e a titulação de suas terras ancestrais.