No final de 2023, os investidores institucionais europeus já haviam alocado 3,7 trilhões de euros em investimentos ESG, e a previsão é que esse número chegue a 19,6 trilhões de euros até 2026. Fundos de pensão e seguradoras respondem por 46% dessa demanda e já estão enfrentando uma escassez de oferta de instrumentos financeiros que atendam aos critérios ESG.
Segundo Jefferson Oliveira, diretor da PwC e presidente do conselho da Alfi, os investidores estrangeiros esperam que o Brasil ofereça produtos de investimento de impacto, principalmente relacionados à preservação ambiental. Oliveira ressalta que o Brasil possui uma capacidade única de gerar ativos nesse sentido e destaca a oportunidade para o mercado de capitais brasileiro se tornar uma referência na oferta de investimentos ambientais e sociais.
A Alfi tem desenvolvido projetos com empresas brasileiras, como o Grupo Gaia, que está estruturando a oferta de um Certificado de Recebível do Agronegócio (CRA) em dólar para investidores europeus. João Pacífico, sócio do Gaia, destaca a importância de agregar impacto positivo social aos projetos, aproveitando o foco dos investidores europeus na questão ambiental.
Além do Brasil, países do sudeste asiático, como Indonésia, Vietnã e Bangladesh, também são referências na geração de ativos de impacto. A expectativa é que o interesse por investimentos ESG continue crescendo e que o Brasil se destaque nesse cenário, atraindo cada vez mais recursos e investidores internacionais.