A luta de mães por um futuro promissor: desejos para filhos autistas vão além da independência e abrangem o amor e a aceitação

Revendo um episódio da segunda temporada da série “Atypical” (Atípico), disponível na Netflix, me deparei com um diálogo emocionante que retrata de forma sensível o cotidiano de um adolescente autista e sua família. No episódio “As regras de sobrevivência de Ernest Shackleton”, o personagem Sam, que enfrenta desafios como a transição da escola para a universidade e a dificuldade em se relacionar com outros adolescentes, desaparece e é encontrado pela sua família sentado em frente a um tanque de pinguins, um dos seus hiperfocos.

Em um momento marcante, a mãe de Sam revela que quando ele tinha cinco anos escreveu uma lista de desejos para o seu filho, como esperar que ele tenha um amigo, se comunique claramente e encontre algo que ame fazer. Sam, ao ler a lista, minimiza as expectativas da mãe, mas ela ressalta que essas coisas não eram fáceis de alcançar e elogia a força e determinação do filho.

Buscar um entendimento mais profundo sobre as expectativas das mães de crianças autistas em relação ao futuro de seus filhos, revela um misto de desejos e anseios. Algumas mães como Carol desejam que seus filhos sejam capazes de se comunicar emocionalmente, serem independentes e felizes com suas escolhas. Já Cláudia e Luciene compartilham o desejo de que seus filhos possam sair de casa sozinhos, se relacionar, contribuir para a sociedade e, acima de tudo, sentir-se amados.

Cada mãe expressa seus desejos de acordo com a situação específica de seus filhos, de suas necessidades e capacidades. Malu, por exemplo, deseja que seu filho Francisco encontre pessoas que o ajudem a gerir seu cotidiano e tenha uma rotina que o faça se sentir capaz, enquanto Johanna deseja que seu filho possa amar e ser amado todos os dias de sua vida.

O diálogo presente nesse episódio de “Atypical” e os relatos das mães mostram a importância de compreender e respeitar as individualidades e potencialidades das pessoas com autismo, assim como a importância do apoio e da compreensão familiar na jornada de cada um. A série e os relatos das mães nos convidam a refletir sobre as expectativas e desafios enfrentados por essas famílias, ressaltando a importância do amor, da aceitação e da valorização de cada pessoa, independentemente de suas diferenças.

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