Os depoimentos prestados no inquérito sobre a tentativa de golpe pelo general Freire Gomes e pelo brigadeiro Baptista Júnior foram fundamentais para desmascarar a tentativa de ocultar a participação do presidente Bolsonaro nesses eventos. Ambos os ex-comandantes confirmaram à Polícia Federal terem participado da reunião na qual o presidente expôs a minuta do golpe, diretamente contradizendo as versões anteriores dadas por Bolsonaro.
O depoimento do general Freire Gomes, considerado o mais devastador contra Bolsonaro, foi descrito por um ministro do Supremo como mais valioso do que uma delação, por conter revelações de uma testemunha isenta de benefícios judiciais. A expectativa é que a Polícia Federal indique Bolsonaro pela tentativa de golpe até julho, e que o novo Procurador encaminhe ao Supremo uma denúncia com base nos depoimentos, provas e delações reunidas no inquérito.
Com a possibilidade da denúncia ser convertida em ação penal, Bolsonaro e seus aliados terão a oportunidade de se defender e contradizer as acusações que foram apresentadas. Porém, a percepção no Supremo é de que a condenação é inevitável, dada a gravidade dos depoimentos e das provas apresentadas. O cenário político nacional tende a se intensificar nos próximos meses, com desdobramentos importantes desse caso.
