Segundo o manifesto do Ibrat-SP, as transmasculinidades sofrem com um apagamento brutal de sua história de movimentação política e têm suas demandas específicas frequentemente ignoradas. É evidente a necessidade de inclusão das demandas dessa população nas pautas políticas e na formulação de políticas públicas que as contemplem de forma efetiva.
O termo transmasculinidade abrange indivíduos transgêneros cujas identidades de gênero são masculinas, independente de se considerarem homens ou não. No entanto, questões como fragilidade das políticas públicas, acesso precário à saúde integral, direitos reprodutivos e parentais, empregabilidade, inclusão econômica, educação e moradia ainda são desafios enfrentados pela comunidade transmasculina.
A Marcha Transmasculina surge como resposta à urgente necessidade de combater a invisibilidade e as violências sofridas por essas pessoas. O Brasil é o país que mais mata travestis no mundo, principalmente as negras, e também é o país que mais registra suicídios de pessoas transmasculinas. Diante desse cenário alarmante, a marcha busca reivindicar o direito à vida e à dignidade.
O Ibrat-SP destaca a importância das eleições municipais de 2024 e solicita que as demandas específicas das transmasculinidades sejam consideradas nas agendas políticas. A marcha, que em princípio estava agendada para fevereiro, mês da visibilidade transmasculina, foi transferida para este domingo devido à quantidade de eventos carnavalescos realizados no mês anterior.
O evento terá início no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, com oficinas e ações relacionadas à saúde sexual. Posteriormente, os participantes seguirão em caminhada até a praça Dom José Gaspar, no centro da cidade, onde estão programadas apresentações artísticas e discursos políticos. A Marcha Transmasculina de São Paulo representa um passo significativo na luta por visibilidade, reconhecimento e respeito à comunidade transmasculina.