Essas mudanças estão tornando o combate às organizações criminosas cada vez mais complexo para as autoridades. Segundo Douglas Farah, consultor especializado em segurança, a América Latina está passando por uma mudança significativa, comparável à queda do cartel de Cali na década de 1990, que causou um grande rearranjo no mundo do crime.
Uma das principais transformações identificadas por especialistas é a fragmentação da estrutura criminal. Atualmente, o crime organizado na região é formado por uma infinidade de grupos que atuam em alianças enraizadas em diversos países. Essa fragmentação torna o abastecimento mais eficiente e dificulta o trabalho da polícia.
Além disso, os grupos criminosos estão diversificando seus negócios ilegais, expandindo para áreas como tráfico de seres humanos, armas, prostituição, drogas sintéticas, falsificação de medicamentos, entre outros. Essa diversificação está ocorrendo em um contexto de fragilidade dos sistemas de segurança e judiciais, com a corrupção facilitando a atuação desses grupos.
Outra característica marcante é o anonimato dos líderes do crime organizado, que preferem se manter discretos e protegidos. Essa nova geração de traficantes aprendeu que a exposição pública é perigosa e opta por se manter no anonimato para evitar serem identificados e capturados pelas autoridades.
A expansão dessas gangues para países que antes eram considerados “ilhas de paz”, como o Equador, está gerando um aumento na insegurança e na criminalidade nessas regiões. Os países latino-americanos precisam se adaptar para lidar com esses novos desafios impostos pelo crime organizado internacional.






