Philippe Bas, membro do LR, destacou a ambiguidade do conceito de “liberdade garantida” e afirmou que na verdade isso reintroduz de forma indireta a noção de um direito exigível. Para atenuar os ânimos inflamados, o senador propôs uma emenda para remover o adjetivo do texto original, alegando que o termo não cria um direito consagrado.
Por outro lado, o ministro da Justiça francês, Dupond-Moretti, defendeu a inclusão do termo “garantia” no texto constitucional, argumentando que isso tem como objetivo proteger a liberdade das mulheres contra possíveis tentativas legislativas de restringi-la drasticamente. Já os senadores do campo presidencial e da esquerda enxergam esse momento como histórico, transcendendo as divisões políticas.
Enquanto isso, organizações que defendem os direitos das mulheres e grupos contrários ao aborto intensificaram sua mobilização para persuadir os senadores. Múltiplos comícios pró e contra a “constitucionalização” do aborto foram realizados, evidenciando a importância simbólica dessa discussão. As associações feministas aplaudiram a iniciativa, ressaltando o significado representativo desse debate.
Assim, o Senado francês se encontra imerso em um intenso debate semântico, onde cada palavra do texto em análise carrega um peso político e social significativo. A decisão que resultará desse embate influenciará não apenas a legislação do país, mas também a vida e os direitos das mulheres francesas.