Alison, ex-aluno de escola pública, foi aprovado no curso de medicina da USP por meio das vagas reservadas para candidatos egressos da rede pública e autodeclarados PPIs (pretos, pardos e indígenas), em um cenário em que a medicina é o curso mais concorrido da universidade.
O estudante afirma que sempre se identificou como pardo e foi pego de surpresa ao ter sua autodeclaração contestada. A banca de heteroidentificação, responsável por verificar a veracidade das autodeclarações raciais, rejeitou sua identificação, o que resultou no cancelamento de sua matrícula.
A família de Alison, assim como os professores de sua escola, demonstraram orgulho e apoio à sua conquista. No entanto, a situação se tornou um conflito ao questionar a identidade racial do estudante, que se baseia em sua vivência e percepção de suas raízes.
A USP informou que não há mais recursos disponíveis internamente e a família de Alison recorreu ao Ministério Público em busca de uma solução. O estudante contestou a decisão da banca por meio de recursos e argumentou sua identificação racial com base em sua ascendência e vivências pessoais.
O caso evidencia a complexidade e sensibilidade do sistema de cotas e da verificação de autodeclaração racial, levantando discussões sobre as políticas de inclusão e a necessidade de um debate mais aprofundado sobre o tema. A USP afirmou que a análise das fotografias dos candidatos é baseada em características fenotípicas e que, no caso de Alison, a decisão de não convocá-lo para uma oitiva presencial se deu pelo fato de ter sido aprovado pelo Provão Paulista e residir em um local distante.
A história de Alison dos Santos Rodrigues coloca em evidência questões importantes sobre identidade racial, inclusão social e a exigência de comprovação de informações pessoais em processos seletivos. A busca por equidade e justiça na educação permanece como um desafio a ser continuamente discutido e aprimorado.