Ostracismo religioso: ex-Testemunha de Jeová busca justiça após sofrer exclusão e rejeição da comunidade

Reportagem:

O caso de Jefferson Alexandrino de Lima, ex-Testemunha de Jeová, chama a atenção para as práticas de ostracismo religioso dentro da comunidade. Por mais de 12 anos, Jefferson esteve envolvido com essa religião e chegou a ocupar cargos de destaque na hierarquia interna. Porém, após discordar de diretrizes internas e pedir para sair, ele enfrentou um isolamento abrupto por parte dos membros.

Segundo Jefferson, sua saída da comunidade desencadeou uma série de reações hostis por parte de amigos e familiares que ainda fazem parte das Testemunhas de Jeová. Sua cunhada o bloqueou no WhatsApp e amigos se afastaram, tratando-o como se estivesse morto. Ele relata que até mesmo os líderes encorajaram sua esposa a se separar dele, mas ela optou por abandonar a crença também.

Esse tipo de tratamento dado aos ex-membros das Testemunhas de Jeová motivou Jefferson a realizar um estudo acadêmico sobre a relação entre o ostracismo religioso e a depressão. O tema também mobilizou a criação de uma petição online por Fabiano de Amo, outro ex-adepto, que busca pressionar o Ministério Público e parlamentares a agirem contra esse tipo de prática.

A organização que gere as Testemunhas de Jeová no Brasil defende que o isolamento de ex-membros é uma escolha individual e que não representa o fim dos vínculos familiares. Porém, as práticas internas da religião incluem a desassociação de indivíduos que infringem normas consideradas sérias, como imoralidade sexual e apostasia.

O caso de Jefferson representa um dos diversos relatos de ex-Testemunhas de Jeová que enfrentam rejeição e isolamento após deixarem a comunidade. Essas histórias levantam questões sobre liberdade religiosa, respeito mútuo e o impacto psicológico do ostracismo religioso. A busca por diálogo e integração plena desses ex-membros em suas famílias e comunidades permanece como um desafio a ser enfrentado.

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