Surto de malária na terra Yanomami resulta em mais de 300 mortes em 2023 e está ligado à presença de garimpeiros ilegais.

A situação de emergência de saúde na terra Yanomami segue desafiadora, com o aumento dos casos de malária entre os indígenas. De acordo com o mais recente relatório do COE (Centro de Operação de Emergências) Yanomami, ligado ao Ministério da Saúde, foram notificados 4,7 mil casos da doença somente no mês de dezembro de 2023, o que representa uma média de 151 casos por dia.

Essa proliferação da malária está diretamente relacionada à presença de garimpeiros ilegais na região, que retomaram espaços e ampliaram a disseminação da doença. O relatório também aponta para um total de 363 óbitos de yanomamis registrados em 2023, sendo um número maior do que no ano anterior, sob a gestão de Jair Bolsonaro, que estimulava invasões de garimpeiros no território.

Profissionais de saúde que atuam na terra Yanomami afirmam que a incidência de malária na região é alarmante, com casos graves da forma falciparum da doença, que requerem uma resposta médica rápida devido ao risco de evolução para situações graves em poucos dias. Além disso, a malária tem impactos diretos na saúde dos indígenas e em seu modo de vida, prejudicando a obtenção de alimentos e contribuindo para quadros de desnutrição.

Diante desse cenário preocupante, o governo tem intensificado a distribuição de medicamentos para combater a malária, ampliado exames e buscas ativas de casos. O governo Lula também anunciou a ampliação do número de profissionais de saúde na região e prometeu a construção de um hospital indígena em Boa Vista, além da reforma de 22 unidades básicas de saúde.

A terra Yanomami, conhecida por sua extensão e dificuldade de acesso, enfrenta desafios logísticos para o controle da disseminação da malária. Os indígenas da região continuam enfrentando uma realidade de vulnerabilidade devido à presença de garimpeiros ilegais e à falta de medidas efetivas para conter os surtos da doença. A situação demanda uma ação urgente e eficaz para proteger a saúde e os direitos dos yanomamis.

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