Concentração empresarial no Brasil: 0,03% das empresas controlam quase 70% da riqueza produzida

O papel do Estado na promoção dos direitos humanos, justiça social e equilíbrio social é essencial para a ordem e o funcionamento da sociedade. Em teoria, o Estado existe para regular os conflitos e poderes, buscando garantir direitos fundamentais e a prestação de serviços públicos como defesa nacional, poder de polícia, justiça, educação e saúde, além de regular a vida econômica e o funcionamento dos mercados. Contudo, a neutralidade do Estado é questionável, principalmente em uma sociedade capitalista, na qual a defesa do direito de propriedade se torna central.

A propriedade privada, base da sociedade capitalista, é resultado da destruição de formas comunitárias de propriedade, dando origem aos proprietários privados independentes. No entanto, essa propriedade acabou se concentrando nas mãos de poucos, evidenciando a desigualdade de poder econômico. De acordo com dados do instituto de pesquisa suíço ETH, 737 corporações controlam 80% do mundo corporativo a nível mundial, com 147 delas no núcleo duro do poder, controlando 40% das empresas. No Brasil, um grupo corporativo dominante composto por 200 holdings controla 63,5% do PIB brasileiro, concentrando 70% da riqueza produzida nas mãos de 0,03% das empresas.

As 1% das empresas com maior poder econômico no Brasil são lideradas por gigantes como Vale, Petrobrás, Bradesco, JBS, Ambev, entre outras. Esse cenário reflete uma concentração significativa de poder econômico nas mãos de poucas corporações, o que levanta questionamentos sobre a verdadeira neutralidade do Estado em uma sociedade capitalista.

Entender a dinâmica do poder econômico e sua relação com a regulação estatal é essencial para compreender o funcionamento da sociedade. O controle e a concentração de poder econômico por um seleto grupo de corporações levantam debate sobre a eficácia do Estado em promover a justiça social e equilíbrio social. Diante desse quadro, é fundamental refletir sobre a influência do poder econômico na estrutura social e na atuação do Estado, visando uma sociedade mais equitativa e justa para todos os cidadãos.

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