O encontro de Ali com diretores e sócios do Aristocrata foi um momento histórico, já que o ex-campeão mundial dos pesos pesados sempre utilizou sua reputação esportiva para disseminar seus ideais de defesa dos direitos dos negros. Ali ficou impressionado com a importância da instituição e sua capacidade de competir em relevância com os clubes da elite branca paulistana. Durante os anos 1960 e 1970, as festas e bailes de debutantes eram referências de elegância e marcavam um posicionamento contra o racismo estrutural inerente à sociedade da época.
Para Afonso Gomes, frequentador assíduo do Aristocrata nas décadas de 1960 e 1970, a importância do clube residia na possibilidade de os negros se enxergarem com igualdade e dignidade em um espaço de alta classe. No entanto, com o passar dos anos, o clube enfrentou dificuldades financeiras, levando ao fechamento de suas sedes. Somente em 2011, com a indenização pela desapropriação de um terreno, foi possível a reconstrução e reabertura de uma nova sede, localizada no bairro Planalto Paulista, com uma proposta mais modesta.
Martha Braga, a atual presidente do Aristocrata, expressa o desejo de que os jovens se interessem novamente pela proposta do clube como um bastião contra o racismo estrutural em São Paulo. O objetivo é manter o clube como um símbolo de resistência e pertencimento da comunidade negra na cidade, buscando dar continuidade à causa que sempre motivou a existência do Aristocrata.