O barco turístico King Xia, de Taiwan, transportava 11 tripulantes e 23 passageiros em um passeio pela ilha principal de Kinmen quando foi interceptado por dois navios de patrulha da guarda costeira chinesa. Seis oficiais chineses embarcaram no King Xia e pediram para inspecionar a documentação da tripulação, antes de desembarcar cerca de 30 minutos depois, segundo a Autoridade da Guarda Costeira de Taiwan (CGA). Posteriormente, uma patrulha da guarda costeira de Taiwan chegou para escoltar o King Xia de volta ao porto.
Kinmen é território taiwanês, mas está próxima do continente chinês. Declarações da CGA e de autoridades taiwanesas sugerem que o King Xia se desviou ligeiramente do curso para evitar cardumes na área. As autoridades da ilha também afirmaram que navios turísticos chineses e taiwaneses frequentemente cruzam acidentalmente para as águas do outro lado, pedindo às autoridades chinesas que “mantenham a paz e a racionalidade”.
As ações da guarda costeira chinesa “desencadearam pânico” entre os taiwaneses, declarou a chefe do Conselho de Assuntos Oceânicos de Taiwan, Kuan Bi-ling. O Departamento Marítimo e Portuário de Taiwan instou os navios taiwaneses a recusarem futuros pedidos da guarda costeira chinesa para inspeção e, em vez disso, a notificar imediatamente a CGA.
O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, afirmou que as forças armadas não iriam “intervir ativamente” no incidente para evitar um aumento das tensões, tratando o caso de forma pacífica.
O incidente acontece após a China anunciar um aumento nas patrulhas costeiras ao largo do arquipélago de Kinmen, após a morte de dois de seus pescadores. Segundo a Guarda Costeira de Taiwan, o barco dos pescadores chineses virou enquanto pescava a cerca de 1,8 quilômetros do arquipélago de Kinmen. Os dois sobreviventes estão sob custódia taiwanesa.
Taiwan reivindica o arquipélago como área restrita e acusou os chineses de estarem navegando em área proibida. A China emitiu uma condenação furiosa e culpou o Partido Democrático Progressista de Taiwan pela morte dos pescadores, negando a existência de “águas proibidas ou restritas” na região.
As recentes tensões entre China e Taiwan mantêm a região em alerta, com a guerra de palavras e ações militares no Estreito de Taiwan. O diálogo diplomático entre os dois lados é fundamental para garantir a estabilidade na região e evitar um conflito de proporções maiores. A situação merece atenção e estratégias para evitar uma escalada que possa colocar em risco a segurança regional.