Everton relatou que sua rotina de trabalho é cansativa, começando às 8h e indo até tarde da noite, de segunda-feira a sábado. Ele contou que começou a trabalhar como motoboy após ficar desempregado e que nunca enfrentou uma situação como essa antes. O motoboy tem uma esposa e uma filha de 18 anos e afirmou que sua atividade como motoboy é uma forma de sustentar a família e pagar as contas.
A situação ganhou grande repercussão nas redes sociais, com vídeos da abordagem policial sendo compartilhados e críticas à atuação dos policiais, apontando possível racismo e uso desnecessário de algemas. A polícia abriu uma investigação, considerando a situação como um caso de “lesões corporais recíprocas”.
Entidades como o Sindimoto (Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul) organizaram um ato contra a violência e o racismo, enquanto ministros e representantes de direitos humanos destacaram o caso como exemplo de racismo institucional no país. A OAB e a Defensoria Pública gaúcha também se manifestaram, propondo cursos de capacitação em relações raciais para a Brigada Militar.
O advogado de Everton afirmou que a abordagem foi inadequada, violenta e racial, tratando de forma diferente um homem branco e um homem negro. A Corregedoria da Brigada Militar também abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias da abordagem policial.
Em meio a todo o acontecimento, fica evidente o debate sobre discriminação racial, abuso de poder e a necessidade de medidas efetivas para combater o racismo institucional. A sociedade aguarda pela conclusão das investigações e espera por justiça e igualdade de tratamento, independentemente da cor da pele. Ações de conscientização e capacitação também são sugeridas como formas de prevenir situações como essa no futuro.