Ministro da Justiça admite não haver prazo para captura de detentos em fuga de penitenciária federal em Mossoró (RN)

Os dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) continuam foragidos, apesar do emprego de cerca de 500 agentes de segurança e equipamentos modernos. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, não há prazo para a captura dos fugitivos, devido à complexidade do terreno e as chuvas que apagam os rastros.

O ministro destacou que a região possui amplas áreas de mata e inclusive cavernas, prejudicando o uso de detectores de calor. Ele ressaltou que, pelas investigações, as autoridades acreditam que os fugitivos ainda se encontram num raio de 15 quilômetros a partir da penitenciária.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram os primeiros detentos a escapar de um presídio federal de segurança máxima. A fuga aconteceu na última quarta-feira e desde então, o efetivo de agentes em busca pelos foragidos aumentou de 300 para cerca de 500, divididos em dois turnos.

O ministro confirmou que as investigações indicam que, para escapar da cela, foi utilizada uma barra de ferro extraída de uma das paredes, e ressaltou a existência de uma construção mal administrada no presídio. De acordo com informações preliminares das investigações, uma ferramenta encontrada em uma obra teria sido utilizada pelos fugitivos para cortar o alambrado que cerca a penitenciária.

Lewandowski prometeu a construção de uma muralha em Mossoró, similar à que já existe na penitenciária federal da Papuda, no Distrito Federal. Ele admitiu que houve falhas na segurança do presídio, mas garantiu que todas foram corrigidas.

O ministro evitou dar prazo para conclusão das investigações sobre o caso e destacou que o prazo legal para a conclusão do inquérito policial é de 30 dias, podendo ser prorrogado em caso de necessidade. Em resposta a perguntas sobre relatórios que teriam alertado o MJSP desde 2021 a respeito de falhas no sistema de monitoramento da penitenciária em Mossoró, Lewandowski disse que tais informações não chegaram a seu conhecimento a tempo de as correções necessárias serem feitas antes da fuga, já que assumiu o cargo há apenas 18 dias.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cogitou que presos tiveram apoio na fuga da penitenciária de segurança máxima e questionou a forma como os fugitivos conseguiram escapar. O ministro, por sua vez, ressaltou que não é possível falar em “conivência” na fuga antes das investigações serem encerradas.

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