Camille fez parte da primeira geração de artistas travestis do país, que se apresentava no palco do Teatro Rival, no centro do Rio de Janeiro. Sua contribuição para a arte e para a visibilidade da comunidade LGBTQIA+ foi significativa, tornando-se uma figura cultuada nas revistas especializadas na comunidade gay.
No entanto, os últimos anos foram marcados por desafios para Camille. Problemas financeiros e de saúde a atormentaram, especialmente durante a pandemia. A necessidade de parar de se apresentar, somada a uma queda que resultou em fratura no ombro, a afastou dos palcos e agravou sua situação.
Entre seus trabalhos mais conhecidos está a colaboração com o diretor Miguel Falabella, que a transformou em musa nos anos 1990. Sua participação na peça “No Coração do Brasil”, ao lado de Maria Padilha, Jacqueline Laurence e Thales Pan Chacon, marcou o auge de sua popularidade. Posteriormente, a parceria foi retomada em “A Pequena Mártir de Cristo Rei”, que não obteve o mesmo sucesso.
Além de sua carreira nos palcos, Camille também foi uma das personagens do documentário “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal. O filme retrata a história de oito travestis que foram pioneiras no Teatro Rival, onde Camille se destacou como uma das artistas mais importantes.
O falecimento de Camille K também foi lamentado nas redes sociais por Leal, que a descreveu como “uma diva” e destacou sua elegância, vaidade e consciência. A atriz e diretora relembrou a luz única que Camille trazia consigo, afirmando que ela era iluminada e possuía uma visão artística única.
Com a partida de Camille K, a comunidade LGBTQIA+ perde não apenas uma de suas pioneiras, mas uma artista cujo legado ecoa na história do teatro brasileiro. Seu impacto e importância permanecerão vivos, servindo como inspiração para gerações futuras de artistas e ativistas.