O fenômeno La Niña é caracterizado por temperaturas excepcionalmente frias no oceano Pacífico equatorial e está associado a enchentes e secas, dependendo da região. De acordo com o Centro de Previsão Climática (CPC) do Serviço Meteorológico Nacional, há uma tendência histórica de o La Niña suceder fortes eventos do El Niño, apesar de as previsões feitas no hemisfério norte serem menos confiáveis. No Brasil, o La Niña tende a causar aumento no volume de chuvas nas regiões Norte e Nordeste, mais seca e calor no Sul e impactos oscilantes no Centro-Oeste e Sudeste.
As previsões para o La Niña são importantes devido aos impactos significativos que esse padrão climático pode causar em diversos aspectos, incluindo a produção de grãos e oleaginosas. Sabrin Chowdhury, chefe de commodities da consultoria BMI, afirmou que é esperado que o La Niña afete a produção de trigo, milho, soja e milho nos EUA e na América Latina, incluindo o Brasil.
O El Niño, por sua vez, trouxe chuvas para o Rio Grande do Sul e a Argentina, favorecendo as safras de soja e milho. No entanto, o último La Niña resultou em quebra de colheita para as lavouras gaúchas e no país vizinho. Além disso, o desenvolvimento do La Niña é benéfico para as monções indianas, que trazem quase 70% da chuva necessária para irrigar as culturas e reabastecer reservatórios e aquíferos no país.
Portanto, as previsões para a possível ocorrência do La Niña no segundo semestre de 2024 têm um papel crucial na preparação e no planejamento das atividades econômicas e produtivas em grande parte do mundo, dada a influência desse fenômeno nas condições climáticas e na produção agrícola nos diferentes continentes. A atenção e o acompanhamento das previsões climáticas globais são fundamentais para a tomada de decisões e a implementação de medidas preventivas diante do possível impacto do La Niña.
