Gabriel Boric, um dos principais opositores de Piñera durante seu governo, destacou a abertura do ex-presidente às diferenças políticas, elogiando sua disposição em oferecer ajuda e aconselhamento, apesar das divergências públicas do passado. Boric, que decretou três dias de funerais de Estado em homenagem a Piñera, reconheceu que as disputas durante o governo do ex-presidente às vezes ultrapassavam os limites do razoável.
A cerimônia de despedida contou com a presença de resgatados do Atacama, que agradeceram a Piñera por liderar as operações de resgate em 2010. Eles destacaram o legado do ex-presidente, ressaltando que sua morte representa o início de um novo capítulo desse legado.
A esposa do ex-presidente, Cecilia Morel, expressou sua esperança de que a homenagem a Piñera possa promover a unidade e a amizade cívica no país, em meio às divisões sociais e políticas que marcaram o governo de seu marido.
Líderes políticos de todo o espectro ideológico prestaram homenagens a Piñera, ressaltando sua importância para a democracia chilena, destacando sua escolha pela saída institucional para dar voz ao povo mediante o voto. Porém, lideranças de direita criticaram a oposição dura e injusta representada por Boric e membros de seu governo.
De acordo com o Ministério Público, a autópsia revelou que Piñera morreu de “asfixia por submersão” no Lago Ranco, onde seu helicóptero caiu, a cerca de 920 km ao sul de Santiago. Piñera, aos 74 anos, era reconhecido por ter sido o primeiro político de direita eleito democraticamente após a ditadura de Augusto Pinochet.
A cerimônia de despedida contou com uma série de discursos emocionados, destacando o impacto do legado de Piñera na política chilena. A morte do ex-presidente representa não apenas uma perda para sua família e apoiadores, mas também um marco na história política do Chile, que homenageia um líder que marcou as últimas décadas da democracia no país.
