O que Camila não sabia é que o endereço já estava sendo monitorado pela Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios. No dia seguinte, a polícia prendeu em flagrante um receptador, apontado como um dos maiores do país. No imóvel mantido pela quadrilha, os investigadores encontraram mais de 300 celulares, incluindo o de Camila.
Esta semana, Camila viajou quase quatro horas para buscar seu aparelho celular. Ela saiu de Guaxupé, no sul de Minas Gerais, onde mora, e foi até a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) para recuperar seu smartphone. A gerente de compras não acreditava que conseguiria recuperá-lo, mas o registro do boletim de ocorrência foi essencial para a polícia localizar o dono do celular.
A 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios intensificou as investigações sobre a rede clandestina de receptação de celulares roubados e furtados. Um endereço na rua Guaianazes, no centro de São Paulo, era utilizado como um “escritório” do crime, recebendo celulares roubados em todo o estado.
No início deste mês, um receptador, já conhecido como um dos maiores do país, foi detido nesse endereço. O homem, de 50 anos e natural da Guiné, na África, já era procurado por furto qualificado e possuía uma passagem por tráfico de drogas. De acordo com o delegado Thiago Delgado, esse receptador faz parte de uma organização que envia celulares para países africanos, onde funcionam normalmente devido à falta de bloqueio de IMEI.
A polícia descobriu que os aparelhos costumavam ser levados de avião para o continente africano, mas atualmente são despachados por navios, já que fica mais fácil passar despercebido. Dentro do prédio na rua Guaianazes, onde a quadrilha operava, havia 300 apartamentos utilizados para alugar e sublocar os aparelhos.
As investigações ainda prosseguem para desvendar outras ramificações da quadrilha. Durante as apurações, a polícia conseguiu elucidar um latrocínio que ocorreu em abril deste ano. Um peruano roubou o celular de um homem e o esfaqueou. O criminoso levou o celular roubado para a rua Guaianazes, onde vendeu para os receptadores. A partir dessa conexão, ele foi localizado e preso.
A recuperação do celular de Camila Amaro mostra a importância de registrar um boletim de ocorrência e colaborar com as investigações policiais. A atuação da Polícia Civil na desarticulação dessa rede clandestina de receptação é fundamental para reduzir os índices de roubos e furtos de celulares, além de combater outros crimes relacionados.