Chuva atinge litoral de SP e ativa sirenes de emergência em cidades da Baixada Santista

A concentração de chuva registrada nas cidades do litoral paulista nos últimos dias é um evento esperado a cada década. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), municípios da Baixada Santista, como Bertioga, Guarujá, Santos, Cubatão e Praia Grande, assim como do litoral norte, como Caraguatatuba e Ubatuba, registraram mais de 150 mm de precipitação em um período de 24 horas, entre a noite de quarta-feira (24) e a quinta-feira (25).

Segundo o meteorologista do Cemaden Diego Souza, volumes superiores a 137 mm em Caraguatatuba e 145 mm em Bertioga, considerando o acumulado de 24 horas, são esperados a cada dez anos. Além disso, em um período de 48 horas, o acumulado de chuva ultrapassou os 200 mm em Ubatuba, Caraguatatuba e Guarujá, chegando a 296 mm em Bertioga.

Essa temporada de chuvas intensas é comum na região Sudeste durante o verão, mas os especialistas apontam que as quantidades observadas nas últimas 24 ou 48 horas foram excepcionais. As chuvas provocaram deslizamentos em estradas, alertas em regiões de morros e o acionamento das sirenes de emergência na Vila Sahy, em São Sebastião, onde houve um grande número de mortes devido às chuvas no ano passado.

Além disso, Santos, por exemplo, registrou um volume de precipitação de quase 90% da média histórica para todo o mês de janeiro em apenas três dias, e o acumulado total chegou a 511,6 mm, tornando este o janeiro mais chuvoso desde 2010.

O pesquisador do Cemaden destaca que a passagem de uma frente fria pelo oceano Atlântico organizou a faixa de nebulosidade e chuva sobre a região sudeste, e os ventos vindos do mar transportam a umidade em direção ao continente. No entanto, segundo ele, o volume de chuvas ainda está dentro do esperado para a época do ano, apesar do comportamento excepcional observado nos últimos dias.

Para os próximos dias, a previsão é de que o tempo continue chuvoso no litoral pelo menos até sábado (27), com a mudança nos ventos provocando volumes elevados durante a noite de sábado e o domingo. Este cenário deve se repetir não apenas no litoral, mas também na capital e no interior de São Paulo, no Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais, com características de pancadas de chuva de verão no final da tarde. Os especialistas alertam que esses eventos extremos de chuva e a frequência maior deles são indicativos dos efeitos da mudança climática, ressaltando o relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, vinculado à ONU.

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