A empresa alega que recebeu um “tratamento menos favorável” do que outras empresas do setor, como o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e a própria Katoen Natie. A Neltume Ports estima suas perdas em 600 milhões de dólares como resultado da disposição derivada do acordo com a Katoen Natie. De acordo com a notificação, o caso será submetido ao Centro Internacional de Resolução de Disputas sobre Investimentos do Banco Mundial, ou de acordo com as Regras de Arbitragem da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (Cnudmi).
A empresa Montecon, subsidiária da Neltume Ports, também foi afetada pelas decisões que resultaram em perdas de receita significativas. A empresa alega que durante o ano de 2022, sua margem bruta diminuiu 40% e seu resultado operacional diminuiu 69%. Além disso, a Montecon teve que arcar com os custos e despesas de indenizações e compensações decorrentes da demissão ou mudança das condições de trabalho de mais de 120 trabalhadores.
As informações sobre o processo de arbitragem foram divulgadas após a notificação feita pela Neltume Ports ao Ministério de Relações Exteriores e publicadas pelo semanário “Búsqueda”. Até o momento, o governo uruguaio não respondeu aos pedidos de comentários feitos pela imprensa.
A situação evidencia as tensões e desafios enfrentados pelas empresas estrangeiras que operam no Uruguai e a complexidade das relações comerciais e de investimento internacionais. Também levanta questões sobre as políticas de concessão e tratamento de empresas estrangeiras por parte do governo uruguaio, além do impacto econômico e social resultante dessas disputas.