O conflito teve início devido a uma invasão por parte de fazendeiros do grupo autointitulado “Invasão Zero”, que buscavam retomar uma fazenda ocupada pelos indígenas no sábado (20). Segundo informações do Ministérios dos Povos Indígenas, cerca de 200 ruralistas da região foram convocados através das redes sociais para participar da ação. Vídeos publicados nas redes do Mupoiba (Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia) mostram caminhonetes cercando a área durante o conflito.
Além de Maria de Fátima, o cacique Nailton Muniz também foi atingido por disparos de arma de fogo, enquanto um ruralista foi atingido por uma flecha. Os três foram encaminhados ao Hospital de Potiraguá, mas Maria não resistiu aos ferimentos, enquanto Nailton foi transferido para o Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. Dois homens apontados como integrantes do movimento “Invasão Zero” foram presos em flagrante e autuados por homicídio e tentativa de homicídio. O caso será investigado pela Polícia Civil da Bahia.
Essa não é a primeira vez que a região enfrenta conflitos envolvendo indígenas. No mês passado, o líder indígena Lucas Santos de Oliveira, o Lucas Kariri-Sapuyá, foi assassinado em Itaju do Colônia. A Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, que abriga cerca de 2.800 pessoas, possui um longo histórico de conflitos fundiários entre fazendeiros e indígenas.
Diante da gravidade do ocorrido, autoridades políticas e de segurança pública se mobilizaram para tentar conter a violência na região. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, convocou uma reunião com parte do secretariado e comandantes de forças de segurança e prestou solidariedade à comunidade indígena. Ele também anunciou parceria com o Governo Federal para tratar do caso e determinou o reforço do patrulhamento ostensivo na região.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, planejou embarcar no sul da Bahia junto a uma comitiva do Ministério para acompanhar de perto a situação. Além disso, a Secretaria da Segurança Pública do estado determinou o reforço, por tempo indeterminado, do patrulhamento ostensivo na região.
O caso chamou a atenção das autoridades competentes, que estão trabalhando para fazer justiça e coibir ações violentas que afetam a comunidade indígena. As interlocuções com órgãos federais também evidenciam a gravidade da situação e a necessidade de medidas efetivas para proteger a população indígena. Espera-se que as autoridades consigam promover ações preventivas e repressivas para evitar novos conflitos e garantir a segurança dos indígenas na região.