Nascido em Lins, interior de São Paulo, Matthes conquistou uma vaga de estágio no escritório do renomado paisagista Roberto Burle Marx em 1970. O episódio curioso que envolveu uma coleção de orquídeas e a demonstração de conhecimento sobre plantas rendeu a Matthes a tão almejada oportunidade. A partir desse encontro, iniciou-se não apenas uma relação profissional, mas também uma grande amizade entre os dois.
Formado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, Matthes teve em Burle Marx um mentor e colaborador em sua carreira. Seu trabalho mais longo e significativo foi o projeto paisagístico do Clube Náutico de Araraquara, que durou cinco décadas até a conclusão. Além disso, Matthes também colaborou em diversos projetos de parques na cidade de São Paulo, como o Orquidário Ruth Cardoso, o Parque do Povo e o Parque Mário Covas.
A contribuição de Matthes ganhou projeção internacional com seu papel como conselheiro vitalício do Sítio Burle Marx, no Rio de Janeiro, que anos depois seria reconhecido como patrimônio mundial de cultura pela Unesco. Em 2003, fundou a empresa Licuri, que levava o nome de uma palmeira da caatinga e refletia seu amor e conhecimento pela flora brasileira.
O paisagista enfrentou uma batalha contra um câncer nos últimos anos e faleceu em dezembro, deixando uma irmã, um irmão e um companheiro. Sua morte representa uma perda significativa para o meio do paisagismo e do urbanismo no Brasil. Com sua paixão pelas plantas e seu trabalho pioneiro, Matthes deixa um legado que continuará a influenciar e inspirar futuras gerações de profissionais da área.
