Durante a manifestação, que teve lugar na Praça da República, no centro de São Paulo, quatro homens com idades entre 22 e 25 anos, uma mulher de 18 anos e um menor de 16 anos foram detidos. Posteriormente, foram indiciados por associação criminosa, enquanto os adultos foram liberados provisoriamente mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 1 mil. Além disso, foi determinado que não poderiam deixar a Comarca de São Paulo por mais de oito dias sem autorização judicial.
De acordo com Jorge Ferreira, advogado dos detidos, as prisões foram “totalmente ilegais” e feitas de forma discriminatória e sem motivação. Ele enfatizou que as acusações de associação criminosa são infundadas, já que os manifestantes não se conheciam e não tinham intenção de cometer crimes.
A manifestação contou com a presença de forte efetivo policial, incluindo a Tropa de Choque, a Força Tática e o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). Antes mesmo do início do ato, policiais realizaram prisões dentro da estação República do metrô. Um jovem detido teve o pescoço apertado contra o chão pelos agentes do Baep, que utilizavam balaclavas, o que impossibilita a identificação de seus rostos.
Por fim, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a polícia atuou de modo preventivo, visando evitar danos ao patrimônio e a pessoas. Durante a averiguação, foram encontradas três facas, duas tesouras, um estilete, além de explosivos plásticos, baterias e escudos com os manifestantes detidos, assim como foram apreendidos seus celulares.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo também participou da defesa dos detidos e emitiu uma nota de repúdio à criminalização da luta social, destacando que os manifestantes foram submetidos a um processo criminal e ao estigma que isso traz, especialmente para quem mora na periferia.






