A polêmica foi intensificada após o governo da Alemanha se posicionar como um dos importantes aliados de Israel durante a recente escalada do conflito no Oriente Médio. Segundo as autoridades alemãs, a acusação de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) foi considerada completamente infundada e equiparada a uma “instrumentalização política” da convenção da ONU sobre genocídio.
Esta atitude do governo germânico gerou reações na comunidade cultural do país. Os organizadores anônimos da petição Strike Germany afirmaram que conseguiram reunir mais de 1.000 signatários. Além disso, importantes figuras do governo da Alemanha, como o Chanceler Olaf Scholz e o Vice-Chanceler Robert Habeck, expressaram que a segurança de Israel é primordial para a República Federal.
Tanto no contexto da guerra em Gaza como no discurso interno na Alemanha, o antissemitismo tem sido equiparado à crítica a Israel. Scholz chegou a afirmar que Israel é “guiado por princípios humanitários” e que as Forças de Defesa de Israel (IDF) certamente respeitam o direito internacional. Já a Ministra dos Negócios Estrangeiros Annalena Baerbock justificou a abstenção da Alemanha numa votação sobre o cessar-fogo proposto pela ONU devido a uma “falta de equilíbrio” na resolução, mas foi criticada por se abster, em vez de votar diretamente contra o fim da guerra.
Diante desse cenário, o manifesto do Strike Germany tem se apresentado como um ponto de divergência e tensão, colocando em pauta questões cruciais sobre a relação entre a Alemanha, Israel e o conflito no Oriente Médio. O debate sobre a postura do governo alemão e as repercussões desse posicionamento prometem continuar a despertar intensos debates e manifestações na sociedade alemã e além de suas fronteiras.