Paralisação de servidores ambientais derruba em 92,6% número de autos de infração aplicados pelo Ibama, aponta levantamento da Ascema.

Uma pesquisa realizada pela Ascema (Associação Nacional de Servidores Ambientais) revelou que a paralisação da categoria, que está acontecendo de forma gradual desde o início de janeiro, impactou diretamente no número de autos de infração aplicados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), derrubando em 92,6% esse indicador.

De acordo com os dados levantados, foram emitidos 118 autos na primeira quinzena de 2023, mas apenas 11 no mesmo período de 2024. A associação destacou a urgência nas demandas dos servidores e ressaltou que, apesar da suspensão das atividades de campo, os servidores permanecem atuando ativamente nos processos internos.

Até o momento, o Ibama não se pronunciou sobre o impacto da paralisação e o número de servidores que aderiram.

Além disso, a paralisação também impacta a política ambiental do governo federal, já que o número de autos de infração e multas aplicadas é diretamente relacionado à redução do desmatamento no Brasil.

A pesquisa apontou que houve um grande número de desistências de servidores que manifestaram interesse em atuar em operações de fiscalização na Amazônia e na Terra Indígena Yanomami. Das 87 pessoas que se prontificaram, apenas quatro confirmaram a disposição para ir a campo após a declaração de paralisação.

As reivindicações por um novo plano de carreira, aumento salarial e melhores condições de trabalho para os servidores já vinham escalando ao longo de 2023, culminando na paralisação que teve início em 2024. Os servidores reclamam que, apesar do discurso do presidente Lula em relação à preservação do meio ambiente, a carreira não foi valorizada.

Durante a COP28, trabalhadores do Ibama e do ICMBio publicaram uma carta acusando a gestão petista de deslealdade por não ter enviado uma proposta de plano de carreira. O texto destacava o descaso do governo em relação às demandas dos servidores.

Diante da falta de resposta, os servidores do Ibama enviaram um ofício comunicando a paralisação das atividades de campo a partir de 1º de janeiro. Alguns dias depois, os servidores do ICMBio fizeram o mesmo. A segunda reunião da mesa de negociação foi agendada apenas para 1º de fevereiro.

É importante ressaltar que a paralisação dos servidores do Ibama e do ICMBio representa um impacto significativo na fiscalização e preservação ambiental, o que pode resultar em consequências para o meio ambiente e a biodiversidade do país. A espera pela segunda reunião de negociação gera incertezas sobre a resolução das demandas dos servidores e o retorno das atividades normais.

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