O Azerbaijão, membro da Opep+, também é um dos países mais dependentes de petróleo do mundo, e sua tradição na extração de petróleo é mais antiga do que a dos Emirados Árabes. Além disso, o país apresenta um perfil autoritário, liderado há 20 anos por Ilham Aliyev, que mantém controle sobre a imprensa e encarcera dissidentes políticos.
A presidência da COP29 por Mukhtar Babayev, ex-funcionário da estatal petroleira Socar, gerou desconforto entre os ativistas climáticos, enquanto especulações sobre sua atuação à frente do evento ecoavam em meio à falta de transparência sobre seu histórico.
O xadrez diplomático envolvendo a escolha dos países-sede das COPs também foi um tema de debate. A pressão política, os conflitos na região do leste europeu e a dependência de diversos países da indústria de petróleo deixaram evidente a complexidade das decisões envolvendo as cúpulas climáticas. A controversa escolha de países ligados à indústria do petróleo como sede das COPs trouxe à tona a necessidade de repensar o formato das conferências, para que os interesses da indústria de combustíveis fósseis não prevaleçam sobre a urgência da crise climática.
Diante dessas controvérsias, a atuação dos presidentes das COPs e a escolha dos países-sede foram alvo de críticas, levantando questões sobre a influência da indústria do petróleo nas discussões climáticas e a necessidade de uma abordagem mais transparente e equitativa nos eventos futuros. Com o Brasil sendo aprovado como sede da COP30 em Belém (PA), em 2025, a continuidade do debate sobre o papel da indústria de petróleo nas negociações climáticas parece inevitável. A pressão por reformas no formato das cúpulas climáticas e por uma abordagem mais progressista e alinhada com as metas de combate à crise climática certamente ganhará força nos próximos anos.