A decisão de Marta de abandonar o cargo para se juntar a Boulos causou decepção e magoou o prefeito, que até então considerava a ex-prefeita uma aliada e uma conselheira. A traição de Marta já era encarada como uma possibilidade por estrategistas da pré-campanha de Ricardo Nunes, que apontaram outros episódios de deslealdade por parte dela.
As críticas públicas de Marta a Boulos e ao PT, aliadas à estratégia de Nunes de buscar o apoio de Jair Bolsonaro para conquistar votos bolsonaristas, tornaram ainda mais evidente a traição da ex-prefeita.
A reação de Nunes à saída de Marta foi recebida com críticas por alguns apoiadores, que acreditam que o prefeito deveria tê-la demitido antes. O episódio também virou munição para adversários políticos, como o deputado estadual bolsonarista Lucas Bove, do PL, que defendeu a pré-candidatura de Ricardo Salles.
Enquanto isso, articuladores da equipe de Nunes consideram que o desfecho do caso expôs a traição de Marta e que ela será forçada a se explicar. A carta de demissão de Marta agradeceu pelo período na gestão, mas não entrou em detalhes sobre sua decisão de aceitar o convite de Boulos.
O comunicado da prefeitura para anunciar a saída de Marta foi sucinto e não agradeceu a ex-secretária, ressaltando o clima de descontentamento e traição que se instaurou entre ela e o prefeito Ricardo Nunes.
Em meio a esse imbróglio político, a cidade de São Paulo se prepara para uma nova conjuntura política, com as pré-candidaturas de Guilherme Boulos, de Ricardo Salles e de Ricardo Nunes disputando a preferência dos eleitores. A traição de Marta Suplicy e sua decisão de se aliar ao PSOL certamente terão repercussões importantes no cenário eleitoral da maior cidade da América Latina.