Para muitos, essa mudança repentina representa um distanciamento completo de Nunes do projeto que o elegeu como vice de Bruno Covas. A imagem de traidor é uma das piores que podem ser atribuídas a um político, e as redes sociais não perderam tempo em atacar Nunes dessa forma, assim que a informação sobre sua busca por apoio de Bolsonaro começou a circular.
Um aspecto curioso dessa situação é a conexão que alguns tentaram estabelecer entre a decisão de Nunes e a separação de Marta Suplicy, que aceitou o convite de Luiz Inácio Lula da Silva. Vale lembrar que Marta foi duramente atacada na época de sua separação, e mulheres figuras públicas na política costumam ser alvo de misoginia violenta e covarde.
O mais irônico disso tudo é que Bruno Covas, falecido prefeito de São Paulo, havia expressado sua opinião sobre Bolsonaro e sua falta de valores democráticos, afirmando que havia anulado seu voto nas eleições de 2018 por não ver no presidente nenhum discurso que agregasse tais valores. Os recentes atos golpistas de 8 de janeiro apenas comprovam que a visão de Covas estava correta.
Diante disso, é difícil explicar como Nunes, que foi eleito na chapa de Covas, está buscando apoio de alguém com histórico de tentativa de golpe contra a democracia. Marta Suplicy, por sua vez, não tem obrigação de apoiar políticos que têm tais ligações, e a atitude de Nunes pode parecer contraditória com os valores democráticos que supostamente o elegeram.
Essa decisão de Nunes certamente trará repercussões e dividirá opiniões, pois representa uma mudança drástica de posicionamento e alianças. O cenário político brasileiro continua a surpreender e confundir, deixando os eleitores cada vez mais inseguros sobre as motivações e lealdades de seus representantes. O desenrolar desses acontecimentos promete ser interessante e cheio de reviravoltas, mostrando que na política, nada é definitivo.
