“Ovo Cósmico”: A exposição que transforma a arte em discoteca e questiona as grandes questões universais.

Em sua mais recente exposição, intitulada “Ovo Cósmico”, o artista Felippe Moraes leva os visitantes a questionar se estão em uma pista de dança ou em uma galeria de arte. Em cartaz até 10 de fevereiro na galeria Verve, em São Paulo, a exposição busca reproduzir o cosmos como se fosse uma discoteca, com um globo de espelhos representando o sol e luzes em formato de constelações dos signos do zodíaco.

Segundo Moraes, muitas pessoas olham para o céu com intensidade, seja de forma científica, espiritual ou mística, e se questionam sobre a origem e o destino da humanidade. Essas questões universais inspiraram o tema de fundo da exposição.

O ambiente expositivo da galeria é escurecido, com a fachada tapada de preto e as luzes apagadas, fazendo com que as obras de arte sejam iluminadas apenas pelas luzes emanadas delas. Nas paredes, centenas de pontos luminosos refletidos a partir do globo de espelhos, criando a sensação de estar no meio de um céu estrelado.

As obras inéditas da exposição possuem forte apelo visual, criando um ambiente pronto para o Instagram. Moraes afirma que seu método de produção naturalmente o leva a “fazer coisas bonitas”, mesmo sem pensar no resultado estético de suas produções antecipadamente.

A temática da exposição se baseia nas pesquisas do artista em cartografias que mostram como cada civilização entende os signos do zodíaco a partir da observação das estrelas. Moraes destaca a similaridade das interpretações de diferentes civilizações sobre o céu, além de ressaltar a paixão que tem pelo universo desde a infância, quando sonhava em ser artista, padre, cientista ou astrônomo.

Um momento poético da exposição é a obra em que um luminoso da palavra “oroboro” aparece acoplado a um espelho, posicionado na altura do rosto do espectador. O termo grego representa a eternidade e o eterno retorno. Além disso, os neons, recorrentes na obra do artista, foram usados durante a pandemia para celebrar um Carnaval que não pôde ser comemorado devido ao coronavírus.

Moraes deseja que os visitantes tenham uma experiência transformadora ao visitar a exposição, comparando-a a locais religiosos onde se pode fazer grandes questionamentos sobre a existência e o universo. Ele busca proporcionar um momento de contemplação e reflexão, indo além das belas luzes e da estética visualmente atrativa das obras em exposição.

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