Uma recente pesquisa revelou que 1/4 dos casos de violência contra a mulher acontecem no ambiente virtual, de acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro.

A violência contra a mulher no ambiente virtual tem se mostrado cada vez mais presente no Rio de Janeiro. De acordo com a coordenadora da Ouvidoria da Mulher do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Dina Maria Furtado de Mendonça Velloso, cerca de 25% das denúncias recebidas pelo órgão em 2023 apontaram casos de violência cibernética. Isso significa que, dos 1.626 casos denunciados até o momento, 411 estão relacionados à violência virtual.

Segundo a promotora de Justiça, a violência cibernética é uma parte expressiva do universo da violência contra a mulher. No entanto, ela acredita que o número de casos seja ainda maior, já que muitas vítimas têm medo de denunciar. Em julho deste ano, por exemplo, dos 8.073 expedientes atendidos pela Ouvidoria do MPRJ, somente 125 tratavam de violência contra mulheres.

Os canais de denúncia disponibilizados pela Ouvidoria são o site, o e-mail e a Sala Lilás. Além disso, a ouvidoria realiza campanhas itinerantes para incentivar as denúncias presenciais, especialmente quando é identificado um aumento nos relatos de mulheres. O MPRJ também está estudando medidas para que as mulheres se sintam seguras em denunciar anonimamente.

A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Combate à Violência Cibernética contra as Mulheres da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputada Martha Rocha, destaca a importância da capacitação dos profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento às vítimas. Ela acredita que é necessário uma interlocução entre as áreas da saúde e educação para que os profissionais da emergência médica possam encaminhar as mulheres vítimas de violência cibernética para o tratamento psicológico adequado.

A relatora da comissão, deputada Índia Armelau, também abordou os perigos da exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais, mesmo com a autorização dos pais e responsáveis. Ela mencionou depoimentos de influencers que deixaram de publicar conteúdos na internet devido às mensagens de ódio que recebiam. A preocupação maior é com relação à pedofilia e pornografia infantil.

A violência cibernética contra mulheres representa uma grave violação dos direitos humanos e é fundamental que sejam implementadas medidas para combatê-la e proteger as vítimas. A capacitação dos profissionais responsáveis pelo atendimento, assim como campanhas de conscientização, são essenciais nesse processo. Além disso, é necessário garantir a segurança e o anonimato das mulheres que denunciam esses casos, para que elas se sintam encorajadas a buscar ajuda e romper o ciclo de violência.

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