Ministros do STF intervêm na cena política de forma banal e a democracia brasileira está em risco, alerta jornalista e analista político.

Artigo de opinião: A fragilidade da democracia brasileira em meio à crise política

No atual contexto político brasileiro, observamos uma exposição sem precedentes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na cena política, intervindo em entrevistas nos jornais, programas de TV, podcasts e redes sociais, de forma cada vez mais banal. Esta situação ocorre após a desmoralização da Operação Lava Jato e a subsequente alteração de orientação do Judiciário, sem no entanto provocar mudanças no sistema de Justiça.

Além disso, membros da cúpula das Forças Armadas, que estiveram envolvidos no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, atuaram para manter a prisão do ex-presidente Lula, colaboraram com o governo Bolsonaro e estiveram envolvidos no ataque de 8 de janeiro, continuam impunes. Ainda mais preocupante, o governo federal, liderado por um presidente eleito pela maioria dos eleitores, está cada vez mais refém do Congresso Nacional e do STF.

Neste contexto, a burguesia mantém o controle da economia, posicionando-se favoravelmente à “estabilidade econômica” e utilizando o Poder Legislativo e o Poder Judiciário para limitar a atuação do governo federal e bloquear o programa eleitoral vencedor em 2022. O episódio do 8 de janeiro não marcou o fim da crise política nem a regeneração da democracia brasileira. Na verdade, a tentativa de golpe é uma consequência da dissolução do regime político.

Enquanto não houver mudanças na estrutura de poder que resgatem o sentido profundo da soberania popular, nossa frágil democracia estará em risco. Idealizar uma democracia em crise é muito perigoso, pois a falta de uma alternativa ao colapso do sistema político e das instituições, forjadas pela Constituição de 1988, pode levar o país a mais uma ofensiva da extrema-direita, muito mais violenta que o ocorrido em 8 de janeiro.

Portanto, é necessário repensar as bases e estrutura políticas do país, resgatando a soberania popular e buscando alternativas para a atual crise. A jornalista e analista política Igor Felippe Santos reforça a importância de se observar e compreender profundamente as dinâmicas políticas atuais, a fim de evitar riscos ainda maiores para a democracia brasileira.

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