No entanto, apesar do sucesso do BRT, a empresa responsável pelo transporte de Curitiba tem enfrentado dificuldades para resolver problemas persistentes no sistema. Alguns desses problemas são inerentes ao próprio modelo, como o desconforto e a insegurança enfrentados pelos cobradores que trabalham nas estações-tubo. Outros são comuns a uma metrópole brasileira, como o preço da passagem, o tempo de viagem e o excesso de usuários em determinados horários.
Segundo o professor da UFPR Cassius Scarpin, a forma de gestão do transporte público em Curitiba não evoluiu significativamente nas últimas décadas, com investimentos voltados principalmente para a tecnologia dos veículos, em detrimento de estudos sobre mudanças operacionais e de demanda. Este cenário tem levado a uma queda no número de passageiros, motivada pela pandemia de Covid-19, popularização de aplicativos de transporte e aumento do home office.
Um dos principais pontos de crítica ao sistema de transporte público de Curitiba é a tarifa única de R$ 6,00, uma das mais altas entre as capitais brasileiras. Scarpin defende a adoção de uma tarifa proporcional ao trecho percorrido pelo usuário, na tentativa de tornar o sistema mais atrativo para a população.
Outros desafios enfrentados pelo sistema incluem o tempo de viagem e lotação dos ônibus nos períodos de grande pico, além do ambiente de trabalho dos cobradores nas estações-tubo, que enfrentam dificuldades decorrentes das condições climáticas.
Ainda assim, a Urbs tem apostado na ampliação do chamado Ligeirão, um modelo de ônibus que só faz paradas nos terminais, visando aumentar a velocidade e capacidade de transporte. Além disso, a empresa estuda a possibilidade de implementar a passagem proporcional e soluções para reduzir o número de passageiros nos horários de pico.
Em resumo, apesar do sucesso inicial do BRT em Curitiba, o sistema enfrenta desafios significativos que precisam ser superados para garantir a qualidade e eficiência do transporte público na cidade. A necessidade de estudos aprofundados sobre a viabilidade futura do BRT é destacada como fundamental para o planejamento de longo prazo e aprimoramento do sistema de transporte de massa.