Os dados de 2023 mostram um aumento significativo no número de pessoas sem residência formal em relação a cinco anos atrás, quando o total era 116.799. Isso representa quase uma duplicação em um curto espaço de tempo. Além disso, o aumento do número de municípios com pessoas vivendo em situação de rua é preocupante, indo de 1.215 em 2015 para 2.354 em 2023. Isso significa que quase 42% dos municípios brasileiros têm pessoas vivendo sem moradia.
A maior parte da população de rua é masculina (88%) e tem entre 30 e 49 anos (57%). A maioria também é formada por pessoas negras (68% do total). Entre os motivos apontados para essa situação, estão problemas familiares (44%), desemprego (38%), e alcoolismo e/ou uso de drogas (28%).
A falta de políticas públicas para lidar com essa população estimula a perpetuação desses números alarmantes. O presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua destaca a necessidade de criação de políticas que garantam dignidade a essas pessoas, como moradia e oportunidades de emprego.
Além disso, é preciso destacar a violência que essas pessoas enfrentam diariamente. Entre 2015 e 2022, foram registradas 48.608 notificações de violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. E as mulheres, mesmo representando apenas 13% do total de pessoas vivendo nas ruas, foram vítimas de 40% dos casos de violência notificados em 2022.
A realidade da população em situação de rua é uma questão urgente que requer atenção imediata e a implementação de medidas eficazes para mitigar essa situação. Com politicas públicas eficientes e investimentos na promoção de direitos humanos, é possível oferecer dignidade e garantir um futuro mais digno para os milhares de cidadãos que vivem nas ruas do país.