Governo Lula exclui oito setores do programa de desoneração da folha de pagamentos em MP.

O Governo Lula editou uma medida provisória no final de dezembro que excluiu oito dos 17 setores atendidos pelo benefício do programa de desoneração da folha de pagamentos. Dentre os setores excluídos estão a indústria têxtil e de confecções, que constavam do programa desde 2011.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, a exclusão desses setores foi injustificada, uma vez que eles foram pioneiros nessa agenda juntamente com o setor de calçados e a área de tecnologia da informação.

A medida provisória revogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores, aprovada pelo Congresso no ano passado, e estabeleceu a volta gradual da contribuição patronal sobre os salários até 2027. Essa política, implantada em 2011, permitia a substituição da contribuição previdenciária patronal de 20% por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.

No entanto, o veto do presidente Lula à prorrogação do benefício foi derrubado pelo Congresso, o que levou à edição da medida provisória. De acordo com o texto, 42 atividades econômicas terão a contribuição previdenciária patronal reduzida em 50% e 25% no primeiro ano, dependendo do grupo em que foram alocadas.

Dentre os setores excluídos da desoneração da folha de pagamentos estão o call center, confecção e vestuário, indústria têxtil e de confecções, fabricação de veículos e carrocerias, máquinas e equipamentos, projetos de circuitos integrados, tecnologia de comunicação e proteína animal.

A decisão causou revolta em representantes desses setores, que alegam prejuízos tanto para as empresas quanto para os consumidores. A Associação Brasileira de Proteína Animal reforça que a exclusão do setor acarretará em um aumento dos custos de frango, ovos e porco para o consumidor.

A falta de justificativas claras para a exclusão de determinados setores da desoneração também gerou críticas. Técnicos do Fisco afirmam que agora não serão mais atendidos setores, mas sim atividades econômicas, o que gerou insatisfação entre representantes das empresas afetadas.

Diante disso, as confederações empresariais como CNI, CNA e CNC deverão entrar na campanha contra a medida provisória. O governo, por sua vez, justificou a decisão pelo custo estimado de R$ 12 bilhões que a desoneração teria neste ano, valor que não estava contemplado no orçamento. Essa justificativa foi dada pelo ministro da Fazenda, que anunciou a medida provisória com efeitos a partir de abril.

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